domingo, 11 de novembro de 2007

Que se faça o sacrifício

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A Juliana andou escrevendo sobre juventude e nessas duas semanas andei pensando sobre isso, lembrando a minha própria adolescência e meus anos de escola. Infelizmente, não foram as cenas divertidas que ficaram nítidas na memória.

Lembro bem das crueldades, da discriminação, dos julgamentos, das panelinhas... Lembro os alunos marginalizados pelos colegas pelo simples motivo de serem diferentes.
“...e meus amigos parecem ter medo de quem fala o que sentiu
de quem pensa diferente
nos querem todos iguais
assim é bem mais fácil nos controlar...”
Legião Urbana
Porque os jovens são cúmplices na criação de uma massa homogênea e não-pensante? Porque os jovens colaboram com esse terrorismo?

Vejo os adolescentes hoje tentando fugir da moda, do padrão socialmente aceitável e politicamente correto. No entanto, o que ocorre de fato é um mercado alternativo com suas próprias regras e discriminação. Se observarmos os jovens nos shoppings e na night, veremos grupos padronizados entre si, embora em desacordo com a estética popular.

Muitos daqui sabem que pintei mechas azuis no cabelo. O que não sabem é que sofro com olhares de recriminação aonde quer que eu vá. Fiquei então pensando como seria isso na época da escola e a única imagem que se formou foi a de uma fogueira prestes a ser acesa comigo amarrada no tronco central.

Fiquei pensando também sobre o que carregamos disso na formação de nossa personalidade adulta. Será que aprendemos algo? Continuamos cruéis?

Realmente, foram duas semanas de pensamentos inconclusos. Sei apenas que recriminamos os jovens, tolhendo seus ideais, fazendo pouco caso do que acreditam, assim como fizeram conosco os nossos pais. Queremos que eles respondam como adultos, mas os tratamos como crianças.

Irei ponderar sobre isso mais um tempo.
“Que se faça o sacrifício e cresçam logo as crianças.”
Legião Urbana

10 comentários:

Juliana Farias disse...

"Realmente, foram duas semanas de pensamentos inconclusos. Sei apenas que recriminamos os jovens, tolhendo seus ideais, fazendo pouco caso do que acreditam, assim como fizeram conosco os nossos pais. Queremos que eles respondam como adultos, mas os tratamos como crianças".


Jovem é um complexo.

O que eu quis abordar não foi essa pragmática que vc discorreu, mas os motivos do porquê são necessárias as políticas públicas para esta classe da sociedade.

Não há políticas para a juventude que atenda da forma como deveria atender. Há hoje em dia, discussões sobre isso no país inteiro e são sempre muito interessantes pq são diversos os assuntos, as críticas, enfim.

A juventude é uma fase da vida em que se definem valores e se decidem coisas para a vida inteira. É um momento de emancipação [como diz a antropóloga Regina Novaes] e é neste momento que eles mais precisam de orientação, mas isso não cabe só a familia, mas sim a um contexto geral: a sociedade num todo.

Para isso não há conclusão, até porque [se é pra cantar, cantemos:] eu prefiro ser essa metamorfose ambulante.

Bom é isso.

Cris Bispo disse...

"O que eu quis abordar não foi essa pragmática que vc discorreu"

Sei que não. Como eu falei no começo do post, eu apenas andei lembrando minha própria adolescência e ponderando sobre o que influenciou a minha maturidade.

Apenas isso.

De resto, concordo em tudo ^^

Juliana Farias disse...

Para Cris:

Vc não se sente mais uma jovem??
Vc escreve como se nao se sentisse mais... e eu acho que vc é, não só pela idade, mas pela vida mesmo: estuda, tem dúvidas e tal...

Se puder responder...

Marcelo disse...

eu nuca vou crescer, portanto, nunca serei entendido

silogismo :P

p.s.: tô bêbado

JPSouza disse...

Esperem para ver.

;*

Cris Bispo disse...

Oi, Ju

Eu falo do jovem adolescente

No momento em que sai da casa da minha mãe e conquistei meu espaço me considero uma jovem adulta

=P

Juliana Farias disse...

A juventude que se trabalha hj em dia eh aquela cuja maior meta eh a emancipacao social e economica. estao na faixa de 18 a 30 anos hj em dia a maioria deles e as politicas que sao cabidas a eles sao as mesmas para um adulto e, portanto, incoerentes.

Por isso te perguntei, porque hj, por mais vc more fora da casa de seus pais, ainda tem vinculos fortes com a juventude [eu acho].

Bom, era isso... rsrsrs

:)

Cris Bispo disse...

Estudos de sociólogos e outros profissionais da área mostram que os jovens são considerados jovens até tão tarde pq eles só costumam sair da casa dos pais depois dos 30. Esse seria um importante fator na emancipação social.

Na população mais humilde, os jovens não costumam sair da casa dos pais nunca. As esposas e filhos vão sendo agregados. Nesse caso, o fator importante na emanipação é a paternidade.

Eu olho ao meu redor e vejo meus amigos casados, formados, com filhos... Eu sou basicamente casada, pretendo ter filho em breve... não estou tão próxima da juventude como você imagina, embora eu me divirta tanto com os amigos de 17 como com os de 55 anos.

^^

Marcelo disse...

eu quero ver sangue

Afonso disse...

Escrevi tanto na resposta, que acabei postando...dá uma olhada lá, Dona Cris!!

Beijos.