sexta-feira, 17 de agosto de 2007

13:33

Um fim nunca é uma despedida. Sempre é um começo. Um começo de lembranças e experiências. Quando você termina de ler um livro, você guarda um pouco do personagem para você; quando você vê um filme você guarda as risadas, os sentimentos e até os medos... Nem quando morremos nós nos despedimos, um pouco de nós sempre fica guardado no mundo. Foram dois meses que serão guardados para eternidade. Vou sempre lembrar dos 8 minutos de estrelato no maracanã onde o mar arrancou aplausos e gritos da platéia na abertura dos Jogos. A emoção apesar de todas as dificuldades nos bastidores era sentir ao máximo o que é viver, e levar um bom sentido para a vida: fazer o mundo sorrir e ser mais feliz.
Foram tempos curtos em que todos nós (não só eu, tiveram milhares de voluntarios) comemos sanduíches estranhos, alguns ruins; comemos o melhor bolinho do mundo...(desculpe mãe mas a fome era muita...); usamos um uniforme onde a calça caia e a bainha arrastava no chão (bem pelo menos esse foi o meu caso...hehehe). Sei que talvez não interesse para os leitores a minha vida ou de qualquer voluntário dos XV Jogos Pan-americanos e III Jogos Parapan-americanos, mas hoje é dia de me despedir, sem dizer adeus.
Domingo, tudo acaba e minha vida começa cheia de novas informações. Onde vou deixar de pegar o trem de 13:33. Assim como todos os meus colegas, o trem não vai mais fazer parte da minha vida como fazia...
Vou continuar achando incrível a pontualidade dos trens, a eficiência dos meus colegas de trabalho, a vontade de querer participar como voluntário de outros, a torcida tão animada, a força de vontade e a disposição dos atletas do Parapan.
Vou embora feliz por ter conhecido pessoas maravilhosas e incríveis e ter vivido dias inesquecíveis. Obrigada pela oportunidade.


* Por Nathália Marsal - diretamente dos III Jogos Parapan-americanos (hehehe)

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

"Ando tão à flor da pele,
Que qualquer beijo de novela me faz chorar,
Ando tão à flor da pele,
Que teu olhar flor na janela me faz morrer,
Ando tão à flor da pele,
Que meu desejo se confunde com a vontade de não ser,
Ando tão à flor da pele,
Que a minha pele tem o fogo do juízo final.
Um barco sem porto,
Sem rumo,
Sem vela,
Cavalo sem sela,
Um bicho solto,
Um cão sem dono,
Um menino,
Um bandido,
Às vezes me preservo noutras suicido"
Flor da pele, Zeca baleiro
Bom dia, boa tarde, boa noite, leitores e leitoras! Como foram de semana? A minha foi boa também (estou partindo do princípio de que a sua semana foi boa, como pode ver), apesar de estar me identificando demais com o trecho da música transcrito logo acima.
Toda essa introdução pra dizer que nós, mulheres, somos esquisitas - ih, será que as leitoras irão concordar?! -, se não bastasse a bendita TPM, que amedronta os homens e irrita e/ou deprime as mulheres, há momentos em que os nervos ficam à flor da pele não só antes da bendita mensalidade (e, cá entre nós, essa mensalidade nos é mais cara que uma faculdade de medicina! Haja paciencia pra ir levando mensalmente!), mas durante e depois também! Então eu penso: será que a TPM existe só pra justificar essa sensibilidade excessiva que temos? Sim, uma sensibilidade que deprime e irrita demais. Há quem garanta que não, que a tal tensão que nos assola mensalmente existe mesmo. Inclusive, eu quando estou na TPM, garanto jurando de pé junto que é só por causa da tal!
E como explicar a vulnerabilidade, instabilidade, irritabilidade e outras "ades" que nos acompanham diariamente?
Uma outra questão que me deixa com a pulga atrás da orelha é a tal teoria de que mulheres são de Marte e homens são de Vênus.
Onde será que os homens escondem sua sensibilidade?
Porque não acho possível que sejam tão durões quanto aparentam, embora o livro que trata sobre isso (Homens São de Marte e Mulheres São de Vênus, John Gray - um em milhões que trata do assunto), diga que o sexo masculino prefere se trancar em suas cavernas enquanto nós, lindas e formosas mulheres, precisamos discutir relação ou colocar o que nos incomoda para fora de aguma maneira (o que eu acho super natural já que o próprio organismo expele o que não lhe é bom).
Porém, como sabemos, todas as regras tem suas excessões, e por incrível que pareça, conheço algumas delas. Será que sou sortuda ou a teoria é doida? Ah, mas quando brigo com alguém do sexo oposto e corro para o livro, concordo, assinando embaixo de tudo!
É, meus caros, escrevi, escrevi e não disse nada, só enrolei. E no final desse texto, a única conclusão que posso chegar é que essa raça a qual pertencemos é esquisita, não só as mulheres ou os homens. Todos somos sensíveis e não há regras quanto a isso.
Tenham uma boa semana!
Até.

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Shopping Center


Capitalismo, capitalismo... o que mais queres de nós, pobres e viciados e mortais?

Você vai ao shopping center com a intenção de se distrair: ir ao cinema, fazer compras, olhar “as moda”. Mas será que é só isso mesmo que eles querem que você faça? Numa análise bem básica sobre o assunto, pode-se destacar certos “mecanismos” que fazem com que você se torne não só um freqüentador, mas um boneco de ventríloquo.

Você entra no bendito shopis. Dá de cara com as tentações das lojas mais carinhas do local. Mas você quer ir ao oitavo andar do shopping onde existe a praça de alimentação. Então você precisa andar! Andar. Andar... Sim, claro, porque a escada rolante está estrategicamente distante das entradas do shopis. E vê se não corre! O chão é liso demais e você no seu saltinho báááásico, aff! Ou você, homem, com seu sapato de sola de andar em asfalto, mininudedeus, é fatal!

Você passa por cerca de 100 lojas, é bombardeada por inúmeras marcas e placas, além dos anúncios de “liquidação” que sua mente lê “tentação”. Você que é uma pessoa capaz, resiste, e chega até a, ufa, escada rolante. Você olha para o teto da escada rolante e tem um bonitão todo lambuzado de chantily (diliçaaa!) e, por um momento, você sonha comendo o bonitão, ops, o chantily... hummm!
Você acorda, e seu objetivo ainda não foi alcançado. Você precisa chegar ao oitavo andar, peloamordedeus!!!

Aí, você dá aquela voltinha tradicional, passa por mais lojinhas.. você é forte e resiste denovo. Sobe.. sobe... sobe e mais um andar. No quarto não há quem resista. Ora, você não é de ferro e a blusinha da vitrine piscou pra você! Alucinação? Não! Capitalismo. Aí você olha o preço e a blusinha te chama de otária! “R$99,90 numa blusinha??? Que diabo de liquidação é essa!?”

Você fica aborrecida e dá as costas para a loja. Anda em direção a escada rolante e sobe, sobe, sobe... sexto andar... e há essa altura você já esqueceu da blusinha e o sapato da vitrine piscou pra você que eu vi!
Você pára. Olha. Humm... precinho camarada. Você entra e sai com três sacolas e pensa “Lavei a burra!”. E sobe as escadas novamente e pára e pensa “Mas que malandrinha essa vendedora, ahn??”.

Subindo e chegando ao sétimo andar, você lembra “Mas que horas são?” E procura o celular na bolsa mas não acha e pensa “Ah, tá cedo”.

E você chega ao oitavo andar. Você procura uma vaga para se estacionar e se sentar para comer algo, mas está difícil. Come em pé mesmo. Tenta olhar para a janela, ver o tempo, mas nada se vê do lado de fora. Enfim. Comida, ops, alimentada, desce aquele martírio denovo.
Repare: você não passa mais pelo mesmo ladinho do shopis pelo qual você subiu. Você passa pelo outro ladinho que tem mais lojas. Só que você ainda é forte e luta bravamente contra as perfumarias e lojas de bolsas.
Você passa pela loja do sexto andar e percebe que existe mais uma cliente sendo aliciada pela tal vendedora “Coitada”. Passa pelo quarto a blusinha riu da sua cara “Tá me chamando de pobre, é??” Você se sente insultada vai com o cartão de credito na mão.
Pega a blusa, nem experimenta e compra. Parcela, é verdade, mas compra!

"Poderoooosa".

E aí você conseguiu finalmente sair do shopis com quatro sacolas, uma dor nas pernas de tanto andar. Olha para rua e a desgraça completa! Tudo inundado!
“Mas de onde veio esse temporal? Eu não ouvi nem barulho nem nada! Ilhada nãããão!”

É... no shopis as armadilhas são muitas. Uma cidade dentro da outra cidade, você por um minuto pode pensar que está perdida, mas tudo lá é fácil de achar: banheiros, saídas, alimentação, e outros lugares que são identificados ícones internacionais de representação.
Porém, o chão liso, a sensação de tempo parado, o propósito de andar muito até chegar aonde você quer, enfim...

Uma grande arapuca que não há quem resista, porque shopis é bom de demais.
Por Juliana Farias

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

[*] Vivemos essa energia... e agora???

E lá se foram os jogos Pan-Americanos Rio 2007... contrariando diversos prognósticos pessimistas, os jogos foram um sucesso. Houve alguns contratempos como a questão dos ingressos vendidos pela internet, que gerou grande confusão e estádios e arenas com lugares vazios por causa dos cambistas que compraram pela grande rede e depois não conseguiram revende-los. Outro fato foi o da torcida brasileira, não muito acostumada com competições de certos esportes como a Ginástica Olímpica, Ginástica Rítmica, Nado Sincronizado, entre outros, vaiava consideravelmente os adversários dos atletas tupiniquins, isso foi uma mistura de um pouco de ignorância com o patriotismo e o entusiasmo (praticamente em níveis "Galvão Buenicos"). Mas foi muito bom acompanhar o supra-sumo do esporte brasileiro de perto (exceto pelo futebol masculino que enviou a garotada do sub-17), com o Governo dando condições para estes esportes crescerem e aparecerem e ainda o já citado torcedor brasileiro como fatores, o Brasil alcançou um recorde de medalhas em uma edição de jogos Pan-Americanos, com 54 medalhas douradas e mais 40 de prata e 67 de bronze, num total de 161, ficando em terceiro no quadro geral e atrás apenas das potências continentais, E.U.A e Cuba.

Resta saber se todo esse incentivo ao esporte vai continuar daqui pra frente, já tivemos a prova de que pode dar certo e o próximo passo, será uma boa colocação nas Olimpíadas de Verão no ano que vem em Pequim, capital da populosa China. Falando em Olimpíadas, está se desenhando uma possível candidatura, de novo com o Rio de Janeiro, para os jogos que serão realizados em 2016. Se conseguirmos manter funcionando e constantemente atualizando as ótimas instalações que foram construídas para o Pan, acho que conseguiremos trazer mais esse evento para cá. Até lá quem sabe essa geração de crianças e adolescentes que acompanharam os XV Jogos Pan-Americanos, inspirados pelo o que viram por aqui, possa representar nosso pais mais uma vez em nossas próprias terras e viver outra energia vitoriosa...

Bom, é isso!!! Criticas e elogios serão sempre bem vindos...

Abraço a todos!!!

Fui...

♪ Leia ouvindo: Survivor - Eyes of Tiger!!!

domingo, 12 de agosto de 2007

Pai: amor ao cargo ou à pessoa?

avatar Hoje é dia dos pais e, portanto, é esperado que eu fale sobre essa função familiar. Pensei em fazer diferente para ser menos clichê, mas não deu.

“Função familiar”: é isso mesmo. Ser pai é um cargo que muitas vezes é acumulado à função de mãe, avô, padrasto e etc. Exige compromisso, responsabilidade e obrigações, muitas obrigações.

O currículo do meu pai deixava a desejar. Divorciou-se de minha mãe quando eu tinha apenas três anos. Aos poucos foi se afastando do convívio familiar, os finais de semana passados juntos foram rareando e as datas comemorativas ganharam o peso da obrigatoriedade. Sim, ele foi um pai ausente e minha mãe acumulou funções.

Ele faleceu às vésperas do Natal de 1999. Tentei matá-lo dentro de mim muito antes, mas coração de filha é teimoso e insiste em se importar. Eu odiei meu pai por sua ausência porque amava sua presença que era mágica, e eu acreditava que ele não tinha o direito de me privar de sua magia.

Quantos pais chatos, intransigentes e arrogantes eu conheci entre minhas amigas! Eles estavam lá todos os dias preenchendo a memória delas com aborrecimentos e mágoas. No entanto, eles estavam lá. Cumprindo com suas obrigações, educando, ensinando, fazendo o que acreditavam ser o melhor para elas. Mas quem se importa com tudo isso? Elas se importavam?

Meu pai falhou nesse quesito, mas não lembro sequer de um momento em que tenhamos brigado, muito pelo contrário, eu guardo com carinho todos os momentos em que passamos juntos. Lembro das gargalhadas, implicâncias, brincadeiras... do primeiro passeio na montanha russa, do meu primeiro filme de terror, do Atari, Balão Mágico, da diversão na hora de almoçar, das pizzas, dos passeios de charrete na “Praça dos Cavalinhos” e lembro...

Lembro principalmente do modo como eu o obedecia. Nunca ouvi um “não, porque não quero”. Tudo tinha um porquê que era explicado e explicado novamente até que eu compreendesse. Eu o respeitava. Não porque ele exigisse respeito, mas porque era um homem respeitável. Eu o amava. Não porque ele cumprisse suas obrigações de pai, mas porque era meu amigo.

Uma vez contaram coisas ao meu respeito para criar intriga. Soube que a resposta dele foi: “ela sabe o que faz” e o assunto morreu. Ele era assim. Confiava em mim e eu nele.

Volto então a perguntar: minhas amigas se importavam com tudo aquilo? Elas amam realmente os seus pais pelo que eles são ou apenas pelo cargo que ocupam? Quando eles as deixarem, quais serão as memórias guardadas?

Nesse domingo comemorei o dia dos pais ao lado de minha mãe não somente porque ele não está mais nesse plano, mas porque ela foi meu verdadeiro pai. Quanto a ele, deixo pra comemorar no dia do amigo, pois ele foi um amigo e tanto.

** por Cris