sábado, 28 de julho de 2007

The black sheep

Acabei de acordar e vejo uma mensagem piscando no msn avisando que tenho que postar. Após gastar todo meu estoque de palavrões conhecidos, e alguns neologismos, levantei e comecei a escrever essa bobagem que faz você perder seu tempo inútil. E cheguei a conclusão (eu acho) que sou a ovelha negra dessa espelunca aqui.

Na boa, não posto poesias, campanhas reacionárias, nem protestos politiqueiros. Não estou nem aí para Pan, acidente de avião, novela mexicana ou para o programa da Luciana Gimenez. Falo palavrão, coisas nonsense, de porres e de ressacas (que, aliás, estou hoje).

Nada contra meus estimados colegas, mas sempre têm que ter alguém pra botar o terror com palavras de baixo calão, humor preconceituoso, realismo pessimista e muito, mas muito álcool. Um brinde a posts sem sentido, que não tragam nenhuma informação relevante e só sirvam para encher lingüiça, como todas as frases que escrevei após “brinde” , fazendo você ler tudo até aqui.

Have a Nietszche day.

sexta-feira, 27 de julho de 2007

Cansei


Quem nunca protestou? Protestou por um peito enquanto chorava no colo da mãe. Protestou pela sobremesa. Protestou por uma saída a noite. Protestou por um salário melhor. Protestou pela violência ou pela desigualdade. Protestou pelo descaso e pela paz... Todos os dias há protestos da maior a menor causa... Alguns porém apenas gostam de participar de protestos, e às vezes nem sabem mais porque estão protestando. Só porqe quer protestar. “Jurtiça!” – diz o coitado indignado sem mesmo saber porque.
A questão principal de um protesto é saber que está protestando e o objetivo. Os motivos talvez pouco importam, o que vale mais é o que você vai conseguir com aquilo. (Não é por nada não mas protestar só pra engarrafar o trânsito e gritar na rua atrapalha e não resolve nada).
Bem, para isso a OAB está lançando a campanha “Cansei”. A campanha com certeza não serve para os que gritam "jurtiça" sem ter consciência do que fala. A campanha é pra você que lê o blog e que sente muita revolta pelo o que acontece no nosso país.`
No dia 17 de agosto às 13h, quando o acidente da TAM completa um mês todos do movimento farão um minuto de silêncio. Não em respeito aos mortos. Mas talvez aos vivos que tem que conviver com a perda e com toda a corrupção do país.

O objetivo é ficar em silêncio para demostrar que estamos cansados desse país...desse mundo estranho de mentiras que vivemos.
Não há um lugar específico nem um encontro apenas um minuto para estimular a população a pensar, e manifestar as vaias através do silêncio.


Maiores informações: http://www.cansei.com.br/ - Lá você pode e informar, tirar dúvidas e dar sua opinião


xx Por Nathália Marsal

quinta-feira, 26 de julho de 2007

Yes,nós tivemos revolucionários!


Carlos Marighella, assassinado há 30 anos, foi quem melhor encarnou a resistência libertária à ditadura militar que governou o Brasil durante 21 anos (1964-1985).
A história não é contemporânea de si mesma. Pela ótica da Lisboa quinhentista, o acidente de percurso das caravelas de Cabral representou uma descoberta. Segundo os índios pataxós de Monte Pascoal, significou uma invasão e, em seguida, um genocídio.
Em nossas escolas, estudam-se as invasões francesas e holandesas, que se impuseram com armas e corsários, como no futuro haverão de investigar a invasão hodierna do FMI, onde o garrote é substituído por retaliações, a rendição por acordos, as baionetas pelo fluxo de capitais, os saques por juros e amortizações, os chefes de armadas por ministros da Fazenda subservientes à metrópole.
A história é também um jogo semântico. Embora os telejornais, hoje, pronunciem "guerrilheiros", onde antes diziam "terroristas"; "ditadura", onde antes falavam "governo"; "torturas", onde antes mencionavam "abusos"; o nome de Carlos Marighella ainda não se livrou da pronúncia clandestina. Há quem prefira silenciá-lo para não sentir-se questionado pelo que ele significa de firmeza de convicções e, sobretudo, idealismo centrado no direito de todos os brasileiros à dignidade e à justiça.
Para a história, a vida e a morte de Marighella são muito recentes. À esquerda falta consenso a respeito das reais circunstâncias de sua morte —exceto a de que foi vítima do terrorismo de Estado. Dou a minha versão em "Batismo de Sangue", sem eximir meus confrades de responsabilidades. Dela discorda Jacob Gorender em "Combate nas Trevas", mas concorda Emiliano José em "Carlos Marighella, o inimigo número um da ditadura militar". Essa polêmica não favorece um melhor conhecimento do que importa —a sua vida de revolucionário brasileiro. Não se forma uma geração sadia sem utopias e figuras paradigmáticas altruístas. A minha, que teve o privilégio de completar 20 anos de idade nos anos 60, salvou-se da "juventude transviada" graças a Luther King e Che Guevara, a dom Hélder Câmara e João XXIII e, sobretudo, à derrota dos EUA na guerra contra uma das nações mais pobres do mundo, o Vietnã. De nossos sonhos brotaram a Bossa Nova e o Teatro do Oprimido, o Cinema Novo e o tropicalismo, o movimento estudantil e as comunidades eclesiais de base, a emancipação da mulher e a contracultura. Acatamos a sugestão de Che: "Seja modesto, queira o impossível".
Marighella situa-se entre aqueles que, com seu sangue, escreveram as mais importantes páginas da história do Brasil: Zumbi, Sepé Tiaraju, Felipe dos Santos, Tiradentes, Cipriano Barata, Frei Caneca, Bento Gonçalves, Angelim, Antônio Conselheiro, o "monge" João Maria, Luiz Carlos Prestes, Francisco Julião e tantos outros. São nomes que ainda não saíram das sombras a que a elite insiste em relegar a nossa história. Em nossas escolas, e nos raros programas televisivos que se referem à história do Brasil, poucos conhecem a geografia semântica de termos como Palmares, Cabanagem, Canudos, Contestado, Farrapos, Praieira, Confederação do Equador, Coluna Prestes.
Filho de imigrantes italianos, Marighella encontrou no Partido Comunista o esteio que lhe forjou o vigor combatente. Deputado federal constituinte, não se deixou cooptar por aqueles que, após a ditadura Vargas, buscaram um pacto político que não incluía os direitos econômicos das classes populares. Marighella não ambicionava o poder, mas o Brasil soberano, livre da submissão ao capital estrangeiro.
Por fidelidade a suas origens operárias, rompeu com o PCB para aderir ao primado da ação. Estava cansado de documentos e palavras, quando o momento exigia, como ainda hoje, mudanças radicais na estrutura social brasileira. Queria uma revolução. Porém, desde os anos 30, a elite brasileira repete com insistência: "Façamos a revolução antes que o povo a faça". É o que se vê nesses supostos projetos contra a pobreza apadrinhados, em véspera de eleições, por aqueles que se situam entre os responsáveis pela escandalosa desigualdade social reinante no Brasil.
Uma nação ou uma pessoa que se envergonha de sua própria história corre o risco de perder raízes e identidade, qual colonizado que louva o colonizador e procura imitá-lo. A vida de Marighella foi um gesto de oblação. Trinta anos depois de morto, ele prossegue desafiando a generosidade dos vivos, e apontando, para o nosso país, um caminho de futuro, onde todos tenham saúde, educação, trabalho e moradia. É o que basta.


Esse texto eu copiei de frei Betto para poder demonstrar a minha admiração por um guerreiro brasileiro,que morreu pelo que acreditava,mas pelo fato de ser nosso compatriota,não possui sua foto estampada nas camisas da juventude pseudo-revolucionária do nosso país.

Segue um texto de Jorge Amado,dando continuidade à uma prévia da história desse guerreiro,em forma de homenagem.



Reconhecimento

“Chegas de longa caminhada a este teu chão natal, território de tua infância e adolescência.
Vens de um silêncio de dez anos, de um tempo vazio, quando houve espaço e eco apenas para a mentira e a negação.
Quando te vestiram de lama e sangue, quando pretenderam te marcar com o estigma da infâmia, quando pretenderam enterrar na maldição tua memória e teu nome.
Para que jamais se soubesse da verdade de tua gesta, da grandeza de tua saga, do humanismo que comandou tua vida e tua morte.
Trancaram as portas e as janelas para que ninguém percebesse tua sombra erguida, nem ouvisse tua voz, teu grito de protesto.
Para que não frutificasses, não pudesses ser alento e esperança.
Escreveram a história pelo avesso para que ninguém soubesse que eras pão e não erva daninha, que eras vozeiro de reivindicações e não pragas, que eras poeta do povo e não algoz.
Cobriram-te de infâmia para que tua presença se apagasse para sempre, nunca mais fosse lembrada, desfeita em lama.
Esquartejaram tua memória, salgaram teu nome em praça pública, foste proibido em teu país e entre os teus.
Dez anos inteiros, ferozes, de calúnia e ódio, na tentativa de extinguir tua verdade, para que ninguém pudesse te enxergar.
De nada adiantou tanta vileza, não passou de tentativa vã e malograda, pois aqui estás inteiro e límpido.
Atravessaste a interminável noite da mentira e do medo, da desrazão e da infâmia, e desembarcas na aurora da Bahia, trazido por mãos de amor e de amizade.
Aqui estás e todos te reconhecem como foste e serás para sempre: incorruptível brasileiro, um moço baiano de riso jovial e coração ardente.
Aqui estás entre teus amigos e entre os que são tua carne e teu sangue. Vieram te receber e conversar contigo, ouvir tua voz e sentir teu coração.
Tua luta foi contra a fome e a miséria, sonhavas com a fartura e a alegria, amavas a vida, o ser humano, a liberdade.
Aqui estás, plantado em teu chão e frutificarás. Não tiveste tempo para ter medo, venceste o tempo do medo e do desespero.
Antonio de Castro Alves, teu irmão de sonho, te adivinhou num verso: “era o porvir em frente do passado”.
Estás em tua casa, Carlos; tua memória restaurada, límpida e pura, feita de verdade e amor.
Aqui chegaste pela mão do povo. Mais vivo que nunca, Carlos”.
Texto escrito por Jorge Amado, amigo de Marighella e seu companheiro na bancada comunista da Assembléia Nacional Constituinte e na Câmara dos Deputados entre 1946 e 1948.
Lido por Fernando Santana em 10 de dezembro de 1979 – Dia Universal dos Direitos do Homem – por ocasião do sepultamento dos restos mortais de Marighella no cemitério das Quintas, em Salvador.




O mais impressionante de tudo isso,é que de acordo com relatos de alguns anônimos que protestavam,de verdade,e não só isso,lutavam também,todo o esforço foi precedido por uma enorme decepção com a sociedade. Pois a repressão não foi somente por parte da ditadura e sim de uma sociedade que hj reivindica de forma hipócrita a atuação dos governantes para uma sociedade mais justa... Assim como naquela época,hoje se tentarmos nos mobilizar de uma maneira mais enérgica,teremos nossos esforços cerceados por apelos demagogos impregnados de submissão,sob a forma de protestos pacíficos.

Nenhum político trará desenvolvimento total e igualitário ao nosso país,todo o desenvolvimento que supostamente vem acontecendo,não é com a totalidade que deveria ser,pois isso afetaria os rombos bilionários e também a concorrência lobista que ascende os gringos e decresce a nossa cidadania...

Vou parando por aqui,pois posso começar a cair em um imenso ridículo de acreditar que a consciência do povo despertará para a vontade de fazer valer a velha máxima, " a voz do povo é a voz de Deus".

terminando o meu blá,blá,blá!!!!

obrigado

Por Juninho C.L.







aderindo ao protesto.
Cidade Maquiada Rio2007.

terça-feira, 24 de julho de 2007

Devassa em ong e filho fora do casamento??? Já vi isso antes!

A Controladoria Geral da União está fazendo uma devassa nas contas da ONG Alfabetização Solidária, fundada por Ruth Cardoso.
Descobriram que a ONG recebeu R$ 211 milhões do MEC no segundo governo FHC e outros R$ 58 milhões entre 2003 e 2006. Só no ano passado, foram repassados R$ 8 milhões do governo e a ONG captou mais R$ 12 milhões de empresas.
Dava para alfabetizar 1,14 milhão de adultos.
Estudos preliminares do MEC indicam que menos de 10% desse total foi alcançado. O governo cortou os repasses.
Por Hugo Studarta
Esta matéria está na ISTO É de hoje - 23/07
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O que mais me impressiona é que essas coisas magníficas do governo do príncipe da sociologia só aparecem depois de muito tempo que aconteceram. Dona Ruth, digníssima ex-primeira dama, com aquela cara de tonta, não era mais do que laranja do seu esposo . Além das Vales e das Embrateis da era FFHH, as ong's também???
E ainda tem gente que sente saudade do seu governo. De repente porque gosta de ser enganado e só saber depois de muuuito tempo depois!
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A mídia malha a situação e poupa a oposição, com empenho e desfaçatez dignos da medalha de ouro, recordistas mundiais. E me permito contar um episódio que remonta à segunda 16, e que não foi registrado por jornal algum, ou por qualquer órgão midiático.
O governador do Paraná, Roberto Requião, naquela tarde visita o presidente Lula no Palácio do Planalto, para um encontro como de hábito cordial. Em seguida, o governador, em toda a sua corajosa imponência, dirigi-se ao Comitê de Imprensa do próprio Palácio.
Requião tem sido um dos alvos preferidos dos ataques da mídia. Suas relações com os jornalistas são tensas, mas ele não hesita na provocação, e pergunta por que, em outros tempos,
"vocês não falaram do filho de Fernando Henrique?"
Outro rebento fora do matrimônio, como no caso de Renan Calheiros. A aventura de FHC, do conhecimento até do mundo mineral, é anterior à sua primeira eleição em 1994, e a jovem brindada pelos favores do príncipe dos sociólogos foi mais uma jornalista em atividade em Brasília, Miriam Dutra.
Do blog do Mino Carta
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Mas também, o que esperar de um presidentizinho como ele que hoje critica "sujeira" de Renan calheiros mas também é mais sujo que pau de galinheiro?
Dona Ruth Cardoso, além de laranja nas Ong's, é corna, diga-se de passagem, porque para quem não sabe, FHC tem um filho com uma jornalista global chamada Miriam Dutra.
Miriam foi jornalista atuante em Brasília e hoje atua na Europa para a mesma empresa.
Ah, povo brasileiro, me poupe!

segunda-feira, 23 de julho de 2007

[*] Bandeira 2...

1 Kg de limão... 1 real.

1 Kg de açúcar... 2 reais.

1 litro de cachaça... 3 reais.

Vender uma (uma!) caipirinha para um gringo por 32 reais... não tem
preço.

assista o vídeo aqui:

http://www.youtube.com/watch?v=JygAzT8zALg

Isso não aconteceu nos Jogos Pan-americanos e sim no comercial da empresa de cartões de
crédito "Mastercard®" vinculada na Europa. Um rapaz paga na maior
normalidade a quantia de 32 reais por uma simples caipirinha, quando
aqui entre nós já achamos caro pagar 4 reais (a média de preços
normalmente é por ai). Essa é uma prática bastante difundida no Brasil
para com os gringos, que parecem nem perceber o quanto estão sendo
roubados, tudo para quem vem de fora é mais caro, beeeeeeem mais caro.
O Pan está ai para demonstrar isso, além dos taxistas circularem
sempre de bandeira 2 durante os jogos (tudo bem que para brasileiro
também), bebidas, comidas, roupas e etc. É só falar com um sotaque
diferente que da-lhe superfaturação nos preços, principalmente se você
for argentino ou norte-americano (estadounidense).

Não sei dizer se em outros países isto acontece também, mas é uma
forma de querer faturar em cima do turismo, uma forma de querer se
vingar de todas as humilhações que outros países nos impôe, claro que
não é justo fazer isso, você não gostaria que fizessem com você por
exemplo? Mas é algo que já tá imbutido na alma do brasileiro (pelo
menos boa parte), levar a melhor sobre os outros (e se for gringo
melhor ainda), é a famosa lei do Gerson, a lei do malandro que deve se
dar bem sempre. O problema é que muita das vezes o tal malandro acaba
quebrando a cara. Isso é claro se tratando do povão, pessoas comuns...
porque com os malandrões lá de Brasília, exímios praticantes da
referida lei, nada acontece, fazem o que fazem e na maioria das vezes
nada acontece.

Bom é isso! Espero que tenham gostado, critícas e elogios serão sempre
aceitos!

Abraço a todos!

fui...

♪ Leia ouvindo: Aluga-se - Titãs.

domingo, 22 de julho de 2007

No avião

avatar Eu estava embarcando no avião quando participei do seguinte diálogo com outros passageiros (o sistema tinha caído e passou a valer o acento livre):

Passageiro 1: Estão todos sem lugar marcado, né? Até os que fizeram check in antes e estão com número do acento na passagem, certo?
Eu: Sim, o atendente falou que está liberado; é por ordem de chegada. Espero que não dê confusão. Até quando o acento tá marcado as pessoas arrumam um jeito de reclamar de alguma coisa.
Pass. 2: É que todas querem sentar no corredor.
Eu: Eu sempre reservo na janela! - comentei surpresa.
Pass. 2: Quantas vezes você já pegou avião? - perguntou com ar de entendido no assunto.
Eu: Poucas.
Pass. 2: Então ainda é novidade. Depois da segunda ou terceira vez, você já pede logo para ficar no corredor porque ao pousar você sai do avião mais rápido.
Pass. 1: Sei como é. Acho que só sentei na janela até descobrir que eu podia pedir pra sentar no corredor.
Pass. 2: Acho que me sentei na janela apenas na primeira vez.

Eu não falei mais nada. Falar o quê? Que ao sentar no corredor os outros lhe pedem para pegar suas bagagens? Que você tem que se levantar sempre que o passageiro da janela quiser ir ao banheiro? Que você não pode fechar a janela se o sol estiver apontando bem para os seus olhos? Ou que sentar no corredor irá lhe poupar apenas uns dois minutos no máximo? Nada disso importa! O que eles perdem sentando no corredor é muito mais que isso!

Eu já peguei avião algumas vezes na minha vida e só sentei no corredor até descobrir que eu podia reservar acento na janela, isto é, uma vez. Na penúltima vez, o sol já estava baixo, eu estava com frio e fiquei olhando aquela luz amarela queimar a asa do avião. Parecia estar gostoso lá fora. Estávamos muito alto e com certeza estaria congelando, o ar rarefeito, o vento muito forte, enfim. De qualquer forma fiquei lá me imaginando deitada naquela asa com o calor do sol aquecendo meu rosto, com nuvens cruzando meu corpo de tempos em tempos e observando a paisagem sem a moldura da janela. O calor na pele estava delicioso e o vento não estava tão forte assim.

Mais tarde o sol foi se pondo e assisti inebriada aos vários estágios em que a luz ía desaparecendo por trás das nuvens, pintando a faixa limite entre elas abaixo e o céu acima de vários tons de azul-claro ao vermelho-alaranjado. Então começamos a descer e o horizonte formado pelas nuvens ficou lá em cima e um novo horizonte se formou na linha da Terra. Assisti a um novo pôr-do-sol, a novas cores e a uma nova paisagem. Você já teve a oportunidade de presenciar dois... qual o plural de pôr-do-sol? Sempre li no singular.

Cada vez que pego o avião descubro uma paisagem diferente.
Quando olho pela janela, sinto-me um pouco mais próxima de Deus.
Sinto-me tão pequena diante de Deus.
Sinto-me Deus.

Quando pegarem um avião, mesmo que pela enésima vez, sentem-se na janela e procurem olhar o mundo com a perspectiva de uma criança que ainda se encanta pelo simples fato de estar viva.

** por Cris Bispo

Domingo passado

avatar Domingo passado não escrevi.
Domingo passado completei 8 anos de namoro.

Tudo começou com um beijo numa rua escura, com cheiro de peixe, com um caminhão da Comlurb passando e um gari gritando: "Aêêêê!". Foi muito divertido e tem sido assim desde então.

Acordei no dia 15 de julho de 2007 com o canto dos pássaros. Muitos, de 4 ou 5 espécies diferentes. Eu estava em Salvador ao lado do meu namorido. Ele foi pra lá em março e só voltará para casa em outubro. Tem sido difícil viver sem o seu sorriso, mas sempre que posso vôo pra lá. A sua ausência me levou a perder em torno de 6 quilos e eu estava radiante por poder estar ao lado dele numa data tão importante pra a gente.

Ao lado dele é sempre divertido. Talvez nem sempre. Algumas vezes tivemos problemas como todo mundo, mas não resolvemos nossos problemas como todo mundo. Também discordamos em alguns pontos como todo mundo, mas jamais brigamos um com o outro ao ponto de ofender e perder a razão como faz todo mundo. Tiveram momentos em que não foi tão divertido, mas em nenhum deles eu quis estar em outro lugar. Acho que nos momentos não-divertidos eu sempre quis estar ali. Eu sempre quis estar ao lado dele e no domingo passado, mais ainda. O dia foi ótimo e curtimos bastante.

Domingo passado completamos 8 anos de namoro.
Domingo passado nem lembrei do mundo real.
E o Diversitate faz parte desse mundo.

** por Cris Bispo