sábado, 10 de novembro de 2007

Eu tava lendo um texto no Globo que diz que a maioria dos cariocas já não debate mais, ensina. Todos temos uma opinião que nem o mais óbvio dos argumentos destruirá. Vivemos numa época que o que fazemos não necessita ter coerência com o que falamos, e a resposta é a sempre infantil: “o que você tem a ver com a minha vida?”.

Nada, respondo.Mas em nossa Terra Brasilis vemos que falar é fácil, pensar difícil e se comprometer é quase impossível. O mesmo cara que reclama da corrupção compra DVD pirata. A mesma pessoa que diz não haver educação no Brasil mal tem o segundo grau, e não foi por falta de oportunidade. O pai que reclama dos maus exemplos na TV diz que o filho não fez nada quando espanca alguém na rua.

Infelizmente esse é nosso país. E o povo comemora Copa do Mundo como se fosse algo bom, mesmo sem dinheiro pra comprar ingresso, que em sua maioria são dados em promoções por patrocinadores pelo mundo inteiro (você não sabia? Coitado).

Bebemos água oxigenada, consumimos merda pela TV, fingimos que nos revoltamos e não temos nada. Reclamamos da policia, mas se eles tentam fazer o trabalho nos multando porque corremos com o carro, ou estamos irregulares, são uns filhos da puta. Justiça só pros outros, pra mim não, sou VIP, conheço o dono da boate, o DJ, o raio que o parta.

Esse é outro problema, brasileiro não pode ver um lugar VIP. Nojo de quem quer ser diferente desejando algo igual a todos, ser um idiota que terá o ovo babado, que em sua grande maioria não são nada. Ex-BBBS, atrizes de terceira, modelos cujo maior trabalho foi a Playboy. Mas existe a antítese dessas pessoas, os pseudo-intelectuais e suas camisas do Che compradas na C&A, escutam bandas que ninguém ouvir falar, e quando elas fazem sucesso, passam a não ouvir por ter “se vendido”.

Bem, desculpem não ter sido engraçado (engraçado?haha) como de costume, mas tô meio revoltado.

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A tirinha de hoje é do Urso Dildo(belo nome, hehe), feito pelo Kemp. O link dele tá aqui e o meu tá aqui, para quem quiser me assediar sexual, moral e imoralmente, doar dinheiro, cuecas e camisas do Flamengo. Fui.

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Terra de Zeca Cruz

Seguindo as tendências do mercado, resolvi elaborar nomes mais animados para certas coisas de nosso país, que, por vezes, nos remetem a sensações um tanto quanto depressivas. Segue uma listinha de algumas sugestões:

AZAC - Agência Zeca de Aviação Civil
Uma agência que tem um presidente entrando e outro saindo uma vez por mês, atrasos nos aeroportos e aviões caindo por toda parte, tem que mudar, nem que seja só o nome. Com um lugar onde todos parecem estar bêbados, só nos resta afogar as mágoas. Relaxe e beba.

CZI - Comissão Zeca de Inquérito
É fato que todas as investigações que acontecem em Brasília acabam em pizza. Mas já pensaram no porquê deste "monopólio italianista"? Agora, pra podermos variar o cardápio, poderá acabar, também, em feijoada ou churrasco. E o que é melhor pra acompanhar uma linguicinha do que "suco de cevada"?

Zecamaraty
Nosso presidente vive viajando (em todos os sentidos). Alguns dizem que sua fama de apreciador de bebidas com alto teor alcoolico pode manchar a própria imagem do país lá fora. No palácio do Zecamaraty, as relações exteriores antigiriam um novo patamar. Nosso presidente poderia beber à vontade, oficialmente, dentro e fora do território nacional, inclusive na frente das câmeras, pois seria considerado um ato e diplomacia. Ele apresentaria nossa loura gelada ao pessoal do G-8. Quem sabe, não ganhamos uma posição de respeito dentro da ONU?

CZF - Confederação Zeca de Futebol
A CPI da Nike furou. A CPI do Corínthians/MSI miou. Tudo indica que, até 2014, não haverá qualquer tipo de investigação sobre futebol aqui, sob risco de atrapalhar os trâmites da Copa de 2014, ou seja, cerveja é festa! E toda festa que se preze pede o quê, minha gente? Hein? Hein?

Zecado Federal
Malandragem é o que não faltaria lá. Gente falando alto, outros dormindo, marias-mandato. Só faltaria um grupinho de pagode (ou forró, vocês que sabem) pra animar o local. Renan seria o vocalista. Pintaria o cabelo de louro, andaria coberto de ouro (saca a rima, estilo letra de pagode) e só não aceitaria ser preso e passar dois anos na cadeia. Até mulher na capa de revista ele já tem...

Zecalat
O pessoal anda "zuando" o leite das criancinhas, colocando soda cáustica, água oxigenada e outras substâncias tóxicas. Se é pra "zuar", porque não colocar cevada? lúpulo? Pelo menos, todo mundo já ficaria ligadão logo de manhã cedo, e nem precisaria ser sexta-feira. Aposto que todos renderiam muito mais no trabalho e/ou nas escolas.

BOZeca - Batalhão de Operações Zeca
Aqueles salgadinhos que ficam abandonados, em conserva, nos balcões dos bares, lembram muito a situação da polícia. Tudo às moscas. E se alguém se meter com eles, vai pro saco, com certeza. Nessa tropa, não entra moleque, só entra zecaveira.

Zecabrás
Calma que a cerveja é nossa! Só a cerveja, porque combustível, que é bom, tá faltando. Desde que o índio mais poderoso da América do Sul resolveu meter a mão nas nossas usinas lá na Bolívia, tal qual aqueles caras que agarram as mulheres nas boates, nós estamos sentindo uma ressaca de deixar qualquer um desanimado. Dizem que agora está faltando gás, mas é só pedir um energético que resolve.

Zecopa de 2014
Essa é só daqui a 7 anos. Mas já podemos nos preparar desde já. Mulatas, pagodão, gente sorrindo, gringo se balançando, enfim, um autêntico botequim com 180 milhões de clientes. Tem gente que fica reclamando que a Zecopa não poderia ser no Brasil, alegando que Copa de bêbado não tem dono. A meu ver, o único problema é que vai ter botequeiro vendendo ovo em conserva a preço de Caviar, mas isso é coisa de quem é ruim da cabeça ou doente do pé.

Phernando Faglianostra estava de ressaca e, por isso, quase não escreveu o texto de hoje. Mesmo assim, ele avisa: se for governar, não beba, se beber, não governe!

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Juventude vulnerável

Continuando o post da semana passada, o tema que eu volto é Juventude.

Sim, parece ser um tema batido, mas não é. Quase não se fala em Juventude, pouco se vê sobre Juventude. Adolecência e infância são diferentes da Juventude - são demandas diferentes.


"A compreensão do que é a juventude varia de acordo com a evolução das sociedades. A sociedade moderna, no entanto, entende que a juventude é a época em que há a formação de identidade, sobretudo de formação social e política. Esse tempo é difícil de se definir faixas etárias, mas é marcado por ambivalências: o jovem é subordinado à família e à sociedade, ao mesmo tempo, vive grande expectativa de emancipação." [pág. 7]

Como não existe ainda leis específicas para esta fase da vida de qualquer cidadão se "A juventude é um tipo de “moratória social” por causa do entendimento de juventude ser um momento de preparação, na qual os jovens tomam consciência de seu valor na sociedade como responsabilidades com família, no trabalho, exercício pleno de direitos e ser cidadão. Porém, a desigualdade social entre os jovens faz-se pensar em “juventudes”, no plural, pois a condição de se viver essa “moratória” é diferente em cada continente, em cada país, em cada região, em cada periferia". [pág. 7]

É confuso e, embora muitos ainda não entenda que haja o desconforto do jovem com a soiedade e o medo de morrer, e o medo de sobrar, essa é uma situação real em muitas sociedades, tanto em países desenvolvidos quanto em países sub-desenvovidos.

"A vida urbana é um caso especial. No Brasil, ou em qualquer lugar do mundo, um jovem que responde a pergunta “onde você mora?” é alvo de preconceito. A sua resposta pode ser decisiva para o resto de sua vida. No momento em que ele responde o nome de um bairro ou região marcada pela violência, onde há a presença constante de armas de fogo – tanto da tirania do narcotráfico quanto da truculência policial – pode restringir o acesso à educação, a um trabalho, até mesmo ao lazer. Geralmente, certas comunidades são marcadas pela falta do poder público, o que dificulta ainda mais a igualdade de direitos entre os jovens"
[pág. 8]

Além desse tipo de discriminalização, têm as outras diferenças que tornam ainda mais a vida do jovem vulnerável, tais como: opção sexual, movimentação política, torcidas organizadas e turminhas, gostos culturais, religião.

Eu defendo leis e políticas púbicas para este segmento da sociedade tão carente de medidas exclusivas.

Texto: “Juventude e sociedade: jogos de espelhos”
De Regina Novaes

* Rezenha e comentários: Juliana Farias

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

[*] A Copa do Mundo é nossa, e agora?

Todos viram terça-feira passada, na sede da FIFA (Federação Internacional de Futebol Associados) na Suíça o anúncio, depois de uma candidatura única, de que o Brasil vai sediar a Copa do Mundo de 2014, sessenta e quatro anos depois de sediar pela primeira vez, em 1950. Naquela época o futebol e sobre tudo a Copa não eram alvo de muito investimento, tanto que só foi feito apenas um grande estádio para o torneio, o Estádio Jornalista Mário Filho, mas conhecido como Maracanã. Meio século depois, em tempos que o esporte mais popular do planeta se torna cada vez mais lucrativo, fazendo de simples garotos de talento verdadeiros milionários (além dos que estão em volta deles, como empresários) e que a Copa do Mundo se tornou um dos eventos mais assistidos mundialmente, fonte inesgotável de dinheiro por meio da propaganda.

E agora? O Brasil teria condições de sediar evento de tal importância?

Se fosse disputada nos próximos quatro anos com certeza não teriamos condições de abrigar tamanha estrutura. Uma Copa do Mundo é infinitamente maior do que um Pan-Americano, falando em termos de investimento é claro. Vimos uma festa muito bonita e até surpreendemente (que não quer dizer totalmente) organizada nos Jogos do Rio de Janeiro esse ano, mas contundo devemos investir muito mais para proporcionar uma boa Copa do Mundo. Hoje nenhum Estádio está capacitado nas normas da FIFA para receber as partidas, faltam muitos investimentos por parte da infraestrutura, como número de acentos, ascesso aos locais das partidas, transportes públicos, segurança entre outros.

Há muita coisa a ser feita, obras de melhorias serão feitas em parte com capital privado mas também haverá investimento de dinheiro público, só esperamos que ele realmente custeie as melhorias citadas e não vá parar no bolso de nenhum aproveitador (algo bastante difícil), com obras superfaturas e etc...

Esperamos bastante transparência no que for feito nesses próximos sete anos, porque o povo brasileiro, por vezes tão sofrido e que por diversas vezes ao longo da história teve seus problemas "maquiados" atráves do futebol, merece acompanhar (e torcer) de perto um evento de tamanha magnitude como a Copa do Mundo de Futebol.

Bom, é isso! Espero que tenham gostado, críticas são sempre bem-vindas!

Abraço a todos!

Fui...

♪ Leia ouvindo: Skank - Uma Partida de Futebol. ♪

domingo, 4 de novembro de 2007

Sem polêmicas

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“Eu sempre desconfio da agenda oculta de escritores, colunistas e pseudocientistas. É a primeira coisa que tento adivinhar. Ele, ou ela, está querendo me dizer exatamente o quê? Que bronca carrega na vida? Ele é separado, foi um dia traído, multado, preso ou ludibriado?
(...)
...prefiro sempre artigos que apresentam tabelas, números e outras informações concretas em vez de "idéias", opiniões e indignações. É justamente isso que editores de livros no mundo inteiro nos aconselham a evitar, porque senão "ninguém lê", o que infelizmente é verdade.
(...)
A opinião dos outros sobre um fato isolado é conversa mera e efêmera.
(...)
Muito do que se escreve, até em livros de filosofia, vem, na realidade, de pessoas justificando sua vida, seus erros e suas limitações”.
Stephen Kanitz
(texto na íntegra -> www.kanitz.com.br)
Esse texto foi publicado na última revista Veja. Achei interessante citar ele porque expressa bem o que penso e explica a natureza dos meus posts aqui no Diversitate.

Todo mundo é influenciados pelos próprios interesses, repertório e experiências ao opinar sobre qualquer tema. Conosco não seria diferente. O que se aplica a mim, não se aplica a todos. Somos diversos e por isso mesmo interessantes. Tudo o que escrevo aqui é “conversa mera e efêmera”, como disse Kanitz, e, portanto, não estou aqui para causar polêmica ou qualquer debate fervoroso. Sou o que sou, exponho aqui um pouco de mim e apenas isso.
Como disse uma vez Clarisse Lispector:
"Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro..."
Se eu quero alterar o mundo, eu primeiro altero algo em meu comportamento e no meu jeito de ser. “Se você sempre faz o que sempre fez, sempre alcançará o que sempre alcançou.” Eu não apenas debato; eu procuro servir de exemplo. Os psicólogos já afirmam isso há muitos anos: os pais educam melhor com exemplos do que com sermões. Nós não somos tão diferentes das crianças que um dia fomos e o aprendizado vem de forma bem semelhante.
Como disse Mahatma Gandhi:
"Você deve ser a própria mudança que deseja ver no mundo."
E é isso. Sigo o caminho que acho correto -> o mundo vê meu exemplo e a conseqüência direta dessa escolha -> se gostarem seguem o mesmo caminho, se não gostarem seguem o caminho contrário. De qualquer forma, o exemplo vale de aprendizado na hora de se escolher a direção seja qual for a direção escolhida. ^^

** por Cris Bispo