terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Reduz ou não?

"Os jovens brasileiros de baixa renda vivem em uma situação dramática, espremidos entre um sistema de educação pública de má qualidade e, a partir da adolescência, a necessidade crescente de ganhar dinheiro em um mercado de trabalho precário e de difícil entrada."

(Simon Schwartzman e Mauricio B. Cossío)

"O Brasil é um país eminentemente jovem, onde quase a metade da população está na faixa etária de 0 a 24 anos. A lógica não deve ser a do encarceiramento e sim a criação de oportunidades e perspectivas de futuro para esta parcela da população brasileira (...) Se pensarmos que, para cada adolescente infrator que é detido e enviado para uma instituição correcional, nascem no Brasil incontáveis outras crianças que estarão, num futiro próximo, sujeitas aos mesmos fatores de risco (...) daríamos mais valor a políticas reais de inclusão social e prevenção".

(Clarissa Huguet)

Será que realmente a REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL É A SOLUÇÃO?

Quando eu penso como acontecem delitos cometidos por menores neste país, aos montes, eu imagino que a redução é algo imprecindível sim, por raiva, por correção, por vontade de vê-los na cadeia. Mas poxa, não é uma questão de bondade, pena, nada disso! Recolho minha opinião primária e exponho a seguinte idéia: quais são as chances que o Estado dá para esta juventude de hoje? E de que maneira eles os atraem para estarem na escola?

Eu gostaria de saber da opinião de vocês quanto a isso!

20 comentários:

Anônimo disse...

concordo com a dimuição da maioridade penal acho que os jovens tendo oportunidade ou não existem menores de 18 anos que cometem delitos por saberem que não serão punidos.

Anônimo disse...

O Estado não dá o suporte necessário aos jovens. Posso enumerar fatores que são importantes nesse aspecto:
1 - A educação brasileira é um lixo;
2 - A classe política é corrupta;
3 - As poucas almas que lutam por melhorias acabam por secar gelo;
4 - Sem a presença do Estado na vida dos nossos jovens, a bandidagem faz seu papel;
5 - O mundo globalizado de hoje não aceita iniciantes. Para falar a verdade tem aversão à eles, pois num cenário de altíssima competitividade erros não podem ser tolerados;


Voltando. Qual a chance que o jovem tem hoje? Se não tem uma boa base educacional (Escola+Família) temos um dependente social em potencial. Há quem diga: ah, mas conheço uma pessoa que era muito humilde e conseguiu vencer na vida. Eu digo: Acontece? Sim acontece, mas quando olhamos as estatísticas observamos que fazem parte de uma parcela muito pequena da população.
Sem educação e resiliência não existe chance para a cidadania.
A grande pergunta é: Até quando vamos suportar essa educação de MERDA que temos?

Marcelo disse...

tem q se julgar o crime, e nao a idade. lula disse q daqui a pouco condenaremos os fetos, mas fetos nao poe uma arma na minha cabeça, e so pq eh menor merece algo especial?quantos ladroes de galinha estao presos, e sao adultos?? entao, q se crie penitenciarias especiais para menores, mas o q se julga eh o q ele fez, nao a se ele nao completou 18 anos

César Schuler disse...

explodir o Brasil é uma solução

Ilanna Neves disse...

Acredito que o que falta neste país é educação ... não sou a favor da redução da maioridade penal, sou a favor de uma melhora na qualidade da educação, atividades que tirem as crianças das ruas e evitem o ócio... a política do primeiro emprego tb é muito importante.

Zanfa disse...

É por isso que é muito comum escutarmos pedintes com a frase que já virou clichê: "eu podia estar roubando, mas estou pedindo."

Se a sociedade não oferece oportunidades, a marginalização é eminente.

Anderson disse...

Mesmo se uma pessoa de 14 anos fizesse uma barbaridade ela poderia ser presa. Temos que prender os individuos não pela idade, mas sim prende-la se este já tiver sua própia consciência.

Unknown disse...

É importante lembrar que menores infratores já têm instituições p/ tratá-los e recuperá-los, porém não o faz!
Talvez a solução não seja diminuir a maioridade penal, mas sim melhorar o serviço, oferecido nessas instituições.
Além de uma reforma na educação, mas focada na família da criança.
Bom, essa é a minha humilde opinião.
Bjs.!

O Enxadrista disse...

Sou a favor da redução.

Quem comete crimes como um adulto deve ser punido como um adulto.

Afinal, esses jovens têm maturidade suficiente para cometer toda sorte de delitos, mas não têm para serem presos?

Phernando Faglianostra disse...

Antes de discutir isso, temos que definir pra que serve uma penitenciária: para punir ou para reeducar e reinserir o criminoso na sociedade?

Não dá pra comparar um adolescente com 15 anos em 1960 e outro com 15 em 2007.

Eu acho que temos que agir nas duas pontas, educar sim: criar maiores oportunidades, mais chances, mas também punir os criminosos.

Enfim... é só minha opinião...

Arthurius Maximus disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Arthurius Maximus disse...

A redução não é a solução. A solução é acabar com esse conceito. A criança deve ser avaliada se tem conhecimento do mal que provocou. se cometeu um crime de morte, deverá ser julgada e condenada independente da idade. E dizer que o crime está ligado a pobreza é mais criminoso ainda. Se assim o fosse, todos os favelados seriam criminosos e todos os ricos boa gente. Quando na realidade, vemos que é muito pelo contrário. Cresce o número de jovens de alta classe no mundo do crime. As oportunidades devem ser fomentadas, o estudo deve ser uma meta séria. Mas o social não é a única coisa.

Climão Tahiti disse...

Redução é uma coisa, prevenção é outra coisa.

Tem, sim, que reduzir a idade penal para crimes hediondos, por sinal, não deveria existir distinção de idade quando se mata outro ser humano...

Agora, em contrapartida a solução não está na escola. Escola só ensina matéria, quem ensina a viver, a ter noções de moral, é a família. A solução para isso é a diminuição legal da carga horária de trabalho sem redução do salário.

Não adianta nada enfiar uma criança na escola 24hs por dia que ela apenas vai ficar com raiva do sistema. Tem é que dar aos pais uma possibilidade de educarem, pois escola educa pro emprego, e pais pra vida.

E, como disse o Arthurius, não é questão de posição social ou mesmo quantidade de $$$ no bolso, criminalidade existe de qualquer jeito, indo para a escola ou não. O que tem que ser combatida é a impunidade nos mais diversos graus da sociedade, e de cima para baixo.

Juliana Farias disse...

Ok! Mas e a questão da chance??

Vou colocar vocês numa situação:

Numa noite nas ruas do Centro da cidade do Rio de Janeiro [ou de qualquer metrópole] você está andando e lá longe vê um grupo de rapazes negros e com aquele "esteriótipo" de morador de comunidade.. largadão, falando gíria alto... [+- uns 4 rapazes].

O que vc faz??

Sua resposta é importante..

Não importa se são maiores ou menores de idade, mas sim a chance que a sociedade dá para que eles sejam ou não pessoas boas ou más, não é?

Se vc atravessa a rua ou tem a sorte de um taxi passar e vc ter dindim, bem... vc já pre-julgou aquele grupo, certo?

Se continua, vc paga pra ver.

O problema da sociedade hoje é não pagar pra ver, é desconfiar de todos.

Hoje não há mais o famoso "todos são inocentes até que provem o contrário" mas sim o oposto!

Se a própria sociedade já pré-julga esses jovens, e todo mundo aqui sabe disso, como é que vc gostaria que fosse a reação deles?

Podem ter dinheiro, ou não... são os conceitos que nós já formamos e aí, meus queridos, quando isso acontece, acabou! Fim de papo!

Essa é a minha verdadeira opinião [por enquanto]... pois não basta só educação, mas sim a chance que a sociedade deve dar a esses jovens...

[acho que me atrapalhei, mas espero que tenha sido clara em algum momento]

o/

César Schuler disse...

Eu admito...

Eu pré-julgaria os rapazes...

se fosse a alguma semanas atrás eu não faria isso, mas recentemente eu tive o meu celular e a minha carteira roubados por dois caras que que encaixam perfeitamente nesse "estereótipo", e estavam armados até.
foi um trauma que eu não vou esquecer, e esse trauma de tornou preconceituoso, quando eu estou andando na rua [especialmente à noite] e vejo alguém assim imediatamente mudo o caminho.

logo eu, que condenava tanto o preconceito...

Mas, como você falou, não há mais "todos são inocentes até que se prove o contrário" é o contrário disso...

até eu sou vítima de preconceito...
eu tenho cabelo grande e um visual que pode ser confundido com visual de maconheiro [rsrs], as velhinhas seguram as suas bolsas com mais firmeza quando eu passo perto delas.

Anônimo disse...

Diminuir?

Jamais!!

O sistema prisional brasileiro, já está saturado de bandidos... E agora eles querem criar mais?

Aumente o tempo na escola... Que não vai ser preciso diminuir a maioridade penal...

Arthurius Maximus disse...

Essa é uma hipótese sem possibilidade de comparação. Qualquer um que vive em grande cidade reagiria defensivamente.

O foco real é que a falta de oportunidade é igual para todos os que são pobres. E nem por isso TODOS viram delinqüentes.

Dar oportunidades é o mínimo que um país deve fazer por seu povo. E o nosso não faz isso. Contudo, usar essa desculpa para permitir e passar a mão na cabeça de delinqüentes é um absurdo e é dar um tiro no pé. O grande exemplo disso, foi a explosão de crimes envolvendo menores após a aprovação do Estatuto do menor. Compare o número de menores criminosos antes e depois. A partir do momento em que eles tornaram-se iniputáveis, a criminalidade explodiu; bem como a crueldade dos crimes. Oportunidade social sim. Leniência e permissividade paternalista não.

Unknown disse...

O investimento na educação é uma medida a longo prazo.
Diminuir a maioridade penal não é a solução.
Isso só aumentaria o nº de presos causando assim uma explosão dentro de peninteciarias.
E o resultado disso seria um aumento na criminalidade.
O que se vê hoje são jovens(maiores) chegando num presídio por um crime,depois saem e voltam c/ um crime ainda pior nas costas e isso eles não aprendem nas ruas, mas na cadeia.
Que existem menores que agem c/ requintes de crueldade ninguém nega, mas já existem instituições p/ tratar deles. Se o tratamento fosse focado na recuperação, não se faz necessária a redução da maioridade penal.

Phernando Faglianostra disse...

Numa noite nas ruas do Centro da cidade do Rio de Janeiro [ou de qualquer metrópole] você está andando e lá longe vê um grupo de rapazes negros e com aquele "esteriótipo" de morador de comunidade.. largadão, falando gíria alto... [+- uns 4 rapazes].

Então deixa eu te falar: já aconteceu comigo. Eram 3 caras. Estávamos eu e mais dois amigos e PAGAMOS PRA VER. O resultado? Os 3 caras nos pararam, perguntaram de onde éramos, se tínhamos dinheiro e outras coisas, enfim... só não fomos assaltados porque nós estávamos acostumados com essa situação e desenrolamos muuuito com eles.

O problema de você pagar pra ver é que o preço pode ser alto demais. Eu paguei uma vez. Nunca mais.

Dar uma chance significa que você aceita que eles possam trabalhar, estudar e ter umaa vida igual a sua, sem recriminações, o que não quer dizer que você vá subir o morro, às 3 da manhã, só porque você acha que todos merecem uma chance.

Não sei se me expressei bem, mas é isso.

bjs

Juliana Farias disse...

ninguém pensa que poderiam ser pessoas iguais a vc q tavam ali pq estão indo para uma festa qlqr ou sei lá o que...

essa situação émuito assim, simples.. mas há outras situações de discriminação absurdas.. mas é isso aí... são a partir de diversas opiniões que a gente começa a desenover pontos de vista diferentes.

Obrigada pela participação de todos!
Devo retomar este assunto mais tarde!