O "polêmico" feriado do dia da consciência negra, comemorado no último dia 20, em mais de 200 municípios em todo o país, provocou, e ainda vai provocar, muita discussão. Alguns alegam que feriados religiosos, no Brasil, são, exclusivamente, em homenagem a santos católicos. Outros lembram que figuras bem menos expressivas do que Zumbi têm o seu dia especial no calendário. Então porque não ter, nem que seja apenas um, feriado afro?
Tudo isso seria bem plausível se, pelo menos, a maioria das pessoas que não trabalharam e/ou estudaram no feriado realmente se dedicassem a concretizar o que foi proposto pela criação da data. Quantas pessoas, dentre as milhões que ficaram em casa na terça-feira, aproveitaram o dia para pensar na atual situação do negro na sociedade? Quantas aproveitaram o tempo vago para desenvolver formas de pagar a dívida que temos com eles? E quantas aproveitaram o dia pra encher a cara, curtir uma praia, uma pelada (ou pelado, sei lá), um churrascão ou só pra aumentar o buraco do sofá?
Estima-se que um dia de trabalho, em uma cidade como Guarulhos, tem o valor médio de 50 milhões de reais, ou seja, esse é o valor do prejuízo causado pelo feriado. Claro que, mais tarde, os empresários e comerciantes terão que tirar esse prejuízo, aumentando preços ou demitindo funcionários. E adivinha quem é que vai sambar primeiro...
Não sou louco de dizer, aqui, que eles não merecem um dia de mobilização e de reflexão. Claro que sim! A cultura deles (e a dos índios também, diga-se) está tão misturada com a dos "brancos" quanto seu próprio sangue. Aliás, um só dia não! Deveríamos pensar nisso TODOS os 365 dias do ano. Mas é questão é: porque não fazer isso num domingo? Tá, eu sei que a data foi escolhida também pra homenagear Zumbi dos Palmares, morto em 20 de novembro de 1695, mas será que causando mais prejuízo é que iremos resolver essa complicada questão?
Pra não dizerem que é implicância, também sou contra os tais feriados religiosos, pelo menos os exclusivos da religião católica, pois são igualmente prejudiciais à economia do país. Acho muito esquisito, em um lugar onde trabalhamos quatro meses somente pra pagar impostos, ficarmos tantos dias em casa sem fazer nada.
Bom, é isso. A caixa de comentários está aí embaixo para manifestações dos que concordam e dos que discordam. Não xingando a mãe, nem a avó, tá valendo tudo. Tenham um ótimo fim de semana e fiquem agora com o programa Sílvio Santos.
Phernando Faglianostra escreve às quintas e planeja criar o dia da consciência dos manés que ainda insistem em acompanhar séries pelo SBT. Entre em seu blog e apoie esta nobre causa.
sexta-feira, 23 de novembro de 2007
Dia da consciência pesada
Escrito por Blogueiros S.A. às 00:49:00
Marcadores: Phernando Faglianostra
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9 comentários:
o feriado de zumbi entrou pelo sistema de cotas
Eu super concordo com você!
Deveríamos pensar nisso todos os dias, com certeza.
Bjos
Aceito que o dia é um dia de reflexao. Apesar de achar que eu não devo nada para com os negros, pois não fui eu que açoitei ninguém e nunca discriminei nenhum amigo meu negro. Ah, mas voce pode falar "mas seus antepassados fizeram !"; quem garante? E mesmo que tivessem feito, foram exatamente ELES que fizeram !
Acho um absuro sim um dia de trabalho.
Como acho um absurso em um pais que 'deveria' ser LAICO haver feriados religioso. Nem todos são católicos, mas mesmo assim são obrigados a partilhar de tais datas.
Muita gente deve falar "ah, mas voce gosta de ficar em casa !". Sim, eu gosto, mas não nessas circunstâncias. Já existem fins de semana, férias, feriados REALMENTE sérios (junto com recessos)...e o povo ainda quer mais ?!
Não que o dia da Consciencia Negra não fosse importante, mas como o amigo disse no post, poderia ser num fim de semana !
Mas o brasileiro tem o pensamento de folgado. Se o feriado é na quinta, ja faz o recesso na sexta (até ai entendo, um dia cercado por outros dias sem atividades nao tem muito sentido). Agora tem gente, por exemplo em escola e faculdades, que o feriado é na sexta, entao nao vai na quinta. O feriado é na quinta, ja nao vai na quarta.
E ainda querer mais feriados.
É mal do brasileiro mesmo, alias, arrisco-me dizer mesmo nao conhecendo outros países, é mal da humanidade.
Alguém lembra de Jesus no dia do aniversário dele? Alguém vai ao cemitério no dia de finados? Alguém lembra da paixão de Cristo enquanto come ovos de chocolate?
Então porque lembrar dos negros no dia da Consciência Negra?
Os feriados estão aí pra ninguém enlouquecer. Trabalhar pra sustentar governo corrupto... às vezes é preciso uma folga, afinal, o povo tem que ter tempo pra viver.
NOTA CULTURAL
É fato que os japoneses são reconhecidos por trabalharem bastante. Pois bem, em uma breve pesquisa no Wikipedia descobri o seguinte:
"A provision of the law establishes that when a national holiday lands on a Sunday, that holiday is moved to the next day. Also when a day is sandwiched between two national holidays, that day shall also become a holiday"
Se meu inglês não foi reprovado, enforcar feriado no Japão é lei. E se um feriado cair num domingo, ele automaticamente é movido para a segunda.
Contei por volta de 10 feriados nacionais.
^^
Então, Cris...
Alguém lembra de Jesus no dia do aniversário dele? - Não ninguém lembra. DEVERIAM, mas não lembram. Preferem transformar a data em mais uma hype comercial - Alguém vai ao cemitério no dia de finados? - Bom, eu vou e conheço dezenas de pessoas que vão - Alguém lembra da paixão de Cristo enquanto come ovos de chocolate? - mesmo caso do natal.
Quanto ao Japão, acho meio covardia comparar um país de primeiro mundo com um subdesenvolvido. Se você pesquisar mais um pouco, verá que a carga horária, tanto nos trabalhos quanto nas instituições de ensino, são bem superiores às do Brasil. E ainda assim, eles usam os feriados REALMENTE pra celebrar a data, não pra ficar de malandragem.
Obrigado pelos comentários.
bjs
Caraca! Fui bombardeada. Ok. Não tá mais aqui quem falou. =O
Eu gostaria mais dos feriados se eu tivesse dinheiro sempre que eles ocorrem.
:(
Concordo que deve haver mais movimetos a favor da consciência negra e acho que deve começar por ser ensinado nas escolas. Assim como aprendemos a historia européia, deveriamos aprender negra e também a indígena, pois se há um povo notoriamente esquecido, é o indígina, os nativos brasileiros.
Não acho que nós, brasileiros dos dias pós-modernos, tenhamos culpa de qualquer coisa. Também somos vitimas de uma educação que privilegia, sim, os brancos. Mas não há brasileiros que não sejam mestiços. A dívida é com os brasileiros, não com os negros, brancos, mulatos ou índios!
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